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quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Mas cá entre nós, perder a vida é um simples fio de cabelo para quem perde um amor.
É uma fatia torta. Dor que desafina até o doce som do vento em meus vitrais. Calmaria que desfaz os sorrisos do meu pobre coração valente. E o amor é desse jeito. No começo, com paixão; mas depois, compaixão. Romancista fingido. Voa mais que os próprios sonhos e vive apenas uma xícara de café amargo em dias cobertos de neve. Porque seu coração sabe aquecer muito bem o frio de fora, mas o frio de dentro sabe tirar até as cores dos seus olhos. Nem se eu pudesse usar todos os adjetivos que doem e rasgam um coração que ama para descrever essas algemas que esse próprio amor coloca na gente, eu não poderia mostrar como se prende na lágrima, como se desapega de si, como o amor é um sentimento que causa dependência e aproxima o fim daqueles que não tem um tom de controle de sua própria respiração. Suspira, meu bem, sente na pele a revoada de saudade que causa uma simples partida. Eu tenho fé que um dia alguém pára, não pra tomar um chá da tarde, ou pra assistir filme no frio; e sim para sempre, para mim, para si. E eu me farei prisioneiro desta por gostar de amar, por ser escravo do amor e por saber carregar bem o infinito que ele me traz. Minha vida é cheia de malas vazias, as lembranças que eu levava foram se perdendo no escuro que eu sempre tive medo. Minha vida não apagou as memórias que me maltratam. E a felicidade é um cavalo selado, ou você sobe ou você fica. Eu fiquei. O amor que é diferente, uma espada afiada que cai girando. Sorte a sua se conseguir empunhar, pois a maioria segura a lâmina. É fazer uma aposta no próprio suicídio, sabendo que a chance de perder é maior. Mas cá entre nós, perder a vida é um simples fio de cabelo para quem perde um amor. Pois nem todos suportam a dor de morrer e continuar vivendo.
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